quinta-feira, 21 de julho de 2011

Muitas coisas mudam... outra não!

Terça-feira passada, foi reinaugurado o encontro de motociclístas no estacionamento do ginásio do Ibirapuera, o já conhecido Ibira Moto Point. Muitas pessoas esperavam ânsiosas pela reabertura do mesmo, foi um longo período de espera para a conclusão das obras. E olha que pelo que vi nesta terça, tem muita coisa por acabar ainda. Pelo lado de fora onde é realizado o encontro, só pude notar na mão de tinta nas paredes, colunas e grade do local além do novo piso nas áreas onde ficam as barracas debaixo da marquise. A mudança mais significante (negativa) ficou por conta dos sanitários... tiraram o "cocho" onde pelo menos cinco a seis pessoas poderíam fazer suas necessidades (nº1) ao mesmo tempo e no lugar puseram uma extensa pia, o resto continua igual.
Eu particularmente já havia decidido que não iria mais frequentar o IMP por vários motivos entre eles; "sou coxinha" e o estacionamento é pago (agora não é mais 10,00 e sim 15,00), as bandas que lá se apresentavam eram de certa forma sempre as mesmas, a maioria das pessoas que antes eu encontrava por lá, já não mais frequentam...
Nesta terça (19) fui única e exclusivamente para tratar de negócios com uma pessoa e aproveitar a assistir a excelente banda CRACKER BLUES.
Mas o que eu quero discutir por aqui (se é que isto é possível) foi um assunto que surgiu diante de um bate-papo informal com o "líder-presidente-fundador" de um moto clube aqui de Sampa City.
Eu fui ao seu encontro para entregar-lhe uma foto de se filho, de cortesia e pra variar, um assunto surgiu entre as pessoas na mesa presentes.
Pelo que entendi deste presidente, todos os moto clubes deveríam ser registrados. Ou seja, regulamentar sua condição existencial junto as leis perante a sociedade em que vivemos... SIM! Concordo com ele neste ponto MAS... ninguém é obrigado a registrar seu MC, abrir firma, registrar marca etc. Não há como exigir isso dos clubes que a todo instânte surgem das poeiras nas estradas. Disse a ele na conversa, que existem Moto Clubes "das antigas" que não devem ter nenhum destes documentos e são muito respeitados na comunidade. Que não é um registro ou uma patente que determina quanto respeito um clube merece diante dos demais.
Até compreendo que a maioria dos novos clubes (por assim dizer) nem querem saber da dor de cabeça e dos gastos necessários para se oficializarem corretamente. Cria-se um desenho, manda-se borda-lo, põe nas costas e pronto. Aí é só colocar um largo sorriso no rosto e abrir os braços para receber esta reciprocidade dos demais clubes.
Sei que é quase impossível, acionar a justiça contra um orgão ou entidade (sem fins lucrativos) que não existe realmente. Salvo alguns casos que talvés seja possivel responsabilizar um presidente, vice ou diretoria por alguns compromissos e responsabilidades assumidas.
Ah, outra coisa que mencionei nesta conversa e que se não me engano, já devo ter escrito algo a respeito: Os desenhos empregados na criação dos escudos.
Conversando com este presidente, citei um exemplo de um desenho com marca registrada encontrado facilmente na internet e que remete a um filme dos anos 80. Este mesmo desenho fôra utilizado na criação de um escudo de um MC, sendo alterado pouquíssima coisa. Este presidente afirmou-me que os responsaveis pelo clube registraram a marca e a patente aqui no Brasil como sendo deles. PERGUNTO: Isso é possível?
Pelo que sei, não basta alterar em algo no desenho original, por exemplo: Espelhar (virar-lo na horizontal) e depois dizer que aquilo é criação minha. Tentem espelhar o cavalinho da Ferrari e registra-lo como sendo seu.
O que temos visto por aí nas festas, sedes e points de moto clubes são desenhos em escudos de diversas formas, uns toscos mas muito originais, outros; contendo desenhos bem elaborados, criações originais de artistas que souberam interpretar a "alma", o "significado", a "filosofia" de um clube.
E é claro, não podemos deixar de dizer aqui os demais (motivo deste post novamente); desenhos de marcas registradas incorporadas em seus escudos tidos como originais.

Então que venham os Coca-Cola da Estrada (utilizando a fonte original da marca), as Picanhas do Asfalto, o Samba de Amigos MG, os Corinthians MC (ah, esqueci. Me perdoem, este já existe), a Comitiva Motociclística "Deixa que eu Bebo e ainda saio com a sua mulher", a Associação de Motociclístas "bonde do baseadão" MA, os Sons of Anarchy MC (ôpa, este também já existe)... enfim. Se outro clube quizer utilizar-se dos desenhos já mencionados, que força tería o outro em mover uma ação sobre a exclusividade do uso?
Sinceramente, Moto Clubes devidamente legalizados e com o registro da marca (por favor, uma marca original)... são poucos.
Já clubes utilizando-se de desenhos facilmente encontrados na internet (não é porque esta na rede que não é de niguém, é domínio público, não tem dono ou o dono é quem "pegar" primeiro)... tem um monte!
E vai continuar tendo!
PS: Me perdoem os clubes que se sentirem ofendidos de alguma forma neste blog. Não tenho intensão de: difamar, caluniar, tornar motivo de chacota, zombar, acusar, desonrar, desacreditar, a falta de originalidade nos desenhos empregados na criação de escudos de clube ou dos nomes homônimos utilizados em grande escala.
Ao contrário, fica um alerta: Cuidado com o que se copia!

2 comentários:

Jonny - Corsários MC - Brasil disse...

Fala Dash, eu também deixei de frequentar lá já faz um bom tempo, que saudades dos bons tempos do Pacaembú.
Mas eu quero mesmo é comentar sobre a necessidade ou não dos clubes serem registrados.
Eu particularmente vejo que o registro só serve para você conseguir alvará para se fazer um evento, mas mesmo assim somos registrados para estarmos dentro da lei.
Na Europa, mais particularmente na Espanha onde temos mais contato, sabemos que lá a coisa é realemnte séria, lá todos os clubes tem de ter um registro e quando algum integrante é parado pela policia, além de mostrar a habilitação e documento da moto, é obrigatório o registro do clube, pois lá sim um clube sem registro é considerado formação de quadrilha.
Se aqui também fosse assim, pelo menos 50% dos clubes deixariam de existir.
forte abraço
Jonny

O Sol dos Depressivos disse...

JONNY - Corsários MC

É cara, assim comoi você, outras pessoas também deixaram de frequentar o IMP por diversas razões e acredito que uma destas, deve ser a de não encontrarmos por lá aquela sensação gostosa de estarmos em um lugar "bacana" rodeados de amigos...
Sinceramente eu gostaría de saber mais a respeito disso ou seja da regulamentação das chamadas "entidades sem fins lucrativos".
Se houver alguém aqui que possa esclarecer-nos dos prós e contras de se legalizar o MC perante a sociedade, por favor; deixem seus comentários.
É como você disse, se houvesse uma maneira de identificar e separar o "joio do trigo", eu também acredito que muitos MCs deixariam de serem considerados "verdadeiros" perante a falta de documentos comprobatórios de sua condição existencial junto a lei brasileira. Sei lá!
Enfim, como diz uma frase bem brasileira parodiada de outra mais séria:
Brasil, um país de tolos (todos)...

Forte abraço,
Dash.